29 de Agosto, 2023
Inflação afeta fortemente o poder de compra de mais de 70% dos portugueses
Lisboa, 28 de Agosto de 2023 – De acordo com o mais recente Barómetro Netsonda, realizado junto de 1000 portugueses dos 18 aos 64 anos, pouco mais de metade (56%) dos indivíduos destas faixas etárias se sente atualmente positiva com a sua vida.
Segundo este mesmo Barómetro, que analisa o impacto da inflação e do aumento das taxas de juro nos comportamentos e hábitos de consumo, o aspeto da vida privada com que os portugueses se sentem mais negativos é a esfera económica-financeira (28% negativos, 36% positivos), seguido pelo emprego (20% negativos, 51% positivos).
72% considera que a situação económico-financeira dos portugueses é negativa ou muito negativa
Esta perceção negativa quanto à situação económico-financeira dos portugueses, está enquadrada num contexto de inflação dos produtos e aumentos de taxas de juro.
Atualmente, mais de metade (55%) dos portugueses diz ter alterado bastante ou totalmente os seus hábitos de consumo, enquanto 72% refere que a inflação alterou bastante ou totalmente o seu poder de compra/ rendimento disponível.
3 em cada 4 considera que a inflação alterou bastante ou totalmente o seu poder de compra
As principais medidas tomadas por aqueles que sentiram uma maior perda no seu poder de compra foram ir menos vezes a restaurantes (72%), comprar menos roupa/ calçado/ acessórios (71%) e comprar mais produtos de marca própria (71%).
Mas houve grupos específicos a sentirem mais o impacto da subida dos preços e do efeito desta nos seus rendimentos disponíveis. O estudo da Netsonda avança que as mulheres, quem tem filhos, quem tem um rendimento mensal líquido do agregado familiar até 2000€ e quem tem crédito à habitação foram os que mais sentiram o impacto da inflação dos produtos no seu poder de compra.
55% dos detentores de crédito à habitação com taxas variáveis sentiram um impacto muito negativo
Mais de metade dos detentores de crédito à habitação com taxas variáveis indexadas à Euribor diz ter sentido um impacto muito negativo resultante da subida das taxas de juro (Euribor), enquanto 39% sentiu apenas algum impacto negativo. Para aqueles que sentiram um impacto muito negativo, a principal medida tomada foi a alteração de hábitos de consumo (55%), seguida por renegociar o crédito com o banco (21%) e por tirar o dinheiro do banco e investir em outros produtos financeiros, como certificados de aforro (17%).
Atualmente, dois em cada 10 portugueses diz não conseguir poupar para nada, destacando-se aqueles que têm filhos (23%), que não estão profissionalmente ativos (29%) ou que têm crédito à habitação (23%).
Ficha Técnica
Fonte: Barómetro Netsonda “Atualidade em Portugal”
Universo
O universo deste estudo é constituído por indivíduos com acesso à internet de ambos os sexos com idades compreendidas entre os 18 e os 64 anos, residentes em Portugal Continental.
Amostra e Modo de Selecção
A amostra de estudo é constituída por 1000 entrevistas com a seguinte distribuição:
- Sexo: Masculino – 51%; Feminino – 49%
- Idade: 18-24 anos – 13%; 25-34 anos – 18%; 35-44 anos – 22%; 45-54 anos – 25%; 55-64 anos – 22%
- Região: Grande Lisboa – 23%; Grande Porto – 12%; Litoral Norte – 19%; Litoral Centro – 16%; Interior Norte – 19%; Sul – 11%.
A seleção dos participantes foi efetuada aleatoriamente, com base no Painel Online de Consumidores da Netsonda, tendo sido efetuada através do método de quotas, tendo em consideração as variáveis: Sexo, Idade e Região.
O erro de amostragem deste estudo de mercado, para um intervalo de confiança de 95%, é de +/- 3.10%.
Recolha da Informação
As entrevistas foram recolhidas através do Sistema Computer-Assisted Web Interviewing (CAWI) com base num questionário estruturado constituído por perguntas fechadas e espontâneas. A recolha da informação foi realizada entre os dias 25 de Maio e 1 de Junho de 2023, tendo o trabalho de recolha sido coordenado e supervisionado pelos responsáveis do estudo.