22 de Maio, 2025

Inteligência Artificial: Perceção e Utilização pelos Portugueses

Lisboa, 22 de Maio de 2025 – A Netsonda realizou um estudo para empresa de Internet Exchange, DE-CIX, sobre a relação da população portuguesa com a Inteligência Artificial.

Embora 99% dos portugueses já tenha ouvido falar em IA, cerca de 30% não consegue especificar o que é, associando-a apenas ao conceito genérico de “inteligência artificial”. Por outro lado, 21% definem-na como uma ferramenta prática, rápida e útil no dia a dia.
Em termos de utilização, 76% já recorreram a alguma ferramenta ou serviço baseado em IA. A adesão varia significativamente com a idade: os jovens entre os 18 e os 24 anos lideram o uso (93%), ao passo que entre os 55 e os 64 anos a percentagem desce para 65%.
As áreas onde os inquiridos mais reconhecem a aplicação da IA são o marketing e a publicidade (75%), o atendimento ao cliente (73%), o entretenimento (68%) e a cibersegurança (67%). A área dos transportes é a menos referida, com apenas 37% a identificá-la.

Automóveis Autónomos: Entusiasmo com Reservas

Quanto à utilização de carros autónomos em Portugal, apesar de 36% dos portugueses demonstrarem abertura à ideia, 76% consideram que ainda são necessários mais testes e regulamentação. As mulheres revelam-se mais cautelosas (31% confiam nestes veículos), em comparação com os homens (41%).
A maior preocupação das mulheres prende-se com o desempenho dos veículos em situações imprevistas (69%), enquanto os homens se mostram ligeiramente mais confiantes (62% expressam essa preocupação).
As vantagens mais apontadas pelos que consideram usar veículos autónomos incluem a redução do stress e da fadiga ao volante (66%), a optimização dos percursos e consequente poupança de tempo (49%) e a possibilidade de realizar outras tarefas durante a viagem (47%).
Já entre os que rejeitam esta tecnologia, as principais razões são: receio sobre a capacidade de resposta a situações imprevisíveis (60%), medo de falhas tecnológicas (56%) e preocupações gerais com a segurança (55%).

Robôs Humanoides e Confiança na IA

A presença de robôs humanoides em casa continua a dividir opiniões: 55% dos inquiridos expressaram comentários negativos e 36% afirmaram ser contra. Por outro lado, 42% manifestaram-se favoráveis, e 16% reconhecem que estes robôs podem ajudar a aliviar o esforço humano.
Esta divisão estende-se à confiança na IA em situações críticas, como a tomada de decisões importantes: 36% dos portugueses consideram que não se deve confiar nestes sistemas nestes contextos. Há também diferenças de género nesta avaliação — 40% dos homens demonstram confiança na IA, face a 32% das mulheres.
Entre os que acreditam na fiabilidade da IA em aplicações mais avançadas, destacam-se três motivos principais: a rapidez na análise de dados (71%), a capacidade de processamento em tempo real (64%) e o treino com grandes volumes de informação (60%).
Por outro lado, entre os mais céticos, os argumentos mais comuns são: a incapacidade da IA para lidar com emoções ou necessidades humanas complexas (59%), a ausência de intuição (57%) e o risco de falhas nos algoritmos (54%).