21 de Outubro, 2025

Portugueses acreditam que a Inteligência Artificial torna a vida mais simples

Segundo um estudo recente da Netsonda para a DE-CIX, 89% dos inquiridos acredita que a inteligência artificial (IA) tornou o seu dia a dia mais simples, destacando-se a rapidez na obtenção de informação e a poupança de tempo através da automatização de tarefas como os principais benefícios.

As aplicações de IA mais reconhecidas no quotidiano dos portugueses incluem a navegação e atualizações de tráfego (57%), aos assistentes virtuais (56%), conteúdos gerados por IA (52%) e serviços de apoio ao cliente via chatbots (45%). Ainda assim, cerca de 8% consideram que a tecnologia não tem impacto direto nas suas rotinas, enquanto 11% acreditam que a IA complica a vida, sobretudo por poder ser enviesada ou enganadora (67%), parecer impessoal (66%) ou por limitar a autonomia na tomada de decisões (60%).

O estudo revela também que os portugueses veem na IA uma aliada na tradução de idiomas (63%) e no acesso a recursos educativos (58%). Quase três em cada dez já utilizaram ferramentas educativas baseadas em IA, com destaque para os jovens entre os 18 e os 24 anos, que apresentam uma taxa de adoção de 42%. Entre os utilizadores, mais de metade mostrou-se muito satisfeita com a experiência.

IA na saúde

Na área da saúde, dois terços dos portugueses acreditam que a IA pode melhorar os serviços, reduzindo tempos de espera (66%) e aumentando a eficiência administrativa (63%).

No entanto, quando se trata de diagnósticos e tratamentos médicos, a opinião divide-se: metade dos inquiridos sente-se confortável com o uso da IA, sendo os homens ligeiramente mais receptivos (55%) do que as mulheres (46%).

A capacidade de analisar dados médicos rapidamente (67%) e de monitorizar indicadores de saúde (55%) são os principais fatores que geram confiança, enquanto o receio de erros no diagnóstico continua a ser a maior preocupação.

IA nas Grandes Cidades

Nas grandes cidades, a IA é vista como uma ferramenta essencial para otimizar a gestão do tráfego e melhorar os transportes públicos (59%). A segurança pública, com sistemas de vigilância e resposta a emergências em tempo real, é apontada como uma das aplicações mais benéficas (52%). Contudo, persistem preocupações com a privacidade (67%), riscos de segurança (62%) e o impacto da automação no emprego (62%).Por outro lado, entre os mais céticos, os argumentos mais comuns são: a incapacidade da IA para lidar com emoções ou necessidades humanas complexas (59%), a ausência de intuição (57%) e o risco de falhas nos algoritmos (54%).

Destaca-se ainda o papel estratégico de Portugal na transformação digital global, com Lisboa a emergir como um polo de interligação de dados entre continentes. A investigação reforça que a IA já está profundamente integrada na vida dos portugueses, trazendo consigo novas oportunidades — mas também responsabilidades — para o futuro.

O estudo que foi conduzido pela Netsonda, entre os dias 9 e 16 de abril, através de questionários ‘online’ junto de uma amostra representativa de 800 indivíduos com idades entre os 18 e 64 anos e com uma margem de erro de 3,46%.